Recentemente, nossa equipe de vendas fez uma visita à Ofir Galvanoplastia para conhecer todos os processos do banho!
Antes da visita, reunimos as dúvidas comuns dos nossos clientes e levamos para o Douglas e a Elaine – os sócios proprietários da Ofir. Transcrevemos as respostas aqui embaixo:

1) O que é Banho? (ou Processo Galvânico  ou  Galvanoplastia) ?

– O banho é a aplicação de metais nobres em peças feitas de metais não-nobres. Damos o nome de “banho” ao processo responsável pelo acabamento nas peças brutas. Os banhos mais comuns são: ouro 18k (em tons amarelados, esverdeados ou rosé) prata, niquel, ródio, entre outros metais preciosos. Aqui na Sueli Renê, vendemos as peças brutas e você escolhe a cor do banho. Só para lembrar: a matéria prima básica de 99% dos nossos produtos é o latão, que aceita muito bem os metais preciosos usados comumente para banhos de joias folheadas.

2) Qual é a diferença entre bijuteria e joia folheada (também chamada de semijoia)? É o banho dado que muda esse nome?

– Resumidamente falando: bijuterias geralmente tem camadas muito baixas de metal precioso (ou às vezes, nenhuma camada).
Já as joias folheadas recebem mais camadas de metal precioso.
É muito difícil identificar visualmente quando uma peça é bijuteria (com uma quantidade menor de metal aplicado) ou quando é uma joia folheada (com maior quantidade de metal aplicado). No caso do banho de ouro, muitas Galvânicas convencionaram chamar as peças que recebem 3 milésimos ou mais de metal precioso como joia folheada.

Precisamos entender o seguinte: não existe fórmula mágica. Muitas pessoas querem a durabilidade de uma joia folheada pagando o preço de bijuteria. E isso não existe. Quanto à quantidade de milésimos, antigamente dizia-se que uma peça poderia ser considerada joia folheada quando houvesse sido aplicado 15 milésimos (ou mais!). Entretanto, por conta do custo, nas últimas décadas o mercado precisou se adequar e diminuir as camadas a fim de praticar preços competitivos.

Foi nesse momento que começou a busca por processos que aumentassem a durabilidade das peças, mas utilizando-se menos camadas de ouro. O processo que mais obteve sucesso nesse sentido foi o verniz cataforético. Após a cura desse verniz em temperatura de 140 graus, conseguimos uma resistência equivalente a 3 até 5 milésimos de ouro. Entretanto, nada é perfeito: a camada de verniz cataforético é tão espessa que chega a endurecer correntes com elos muito fechados (alguns exemplos: rabo de rato, veneziana, cingapura, cordão baiano e micro bola).

Além disso, a temperatura citada de 140 graus pode derreter outros componentes como: pérolas, acrílicos, resina, missangas, peças em ABS entre outros. Por esse motivo, algumas galvânicas abaixam a temperatura de aplicação do verniz cataforético nessas mercadorias para que mantenha-se a integridade da pérolas e outros itens já citados. Entretanto, já não se obtém a mesma dureza de quando fazemos a cura do verniz à 140 graus.

Dentro desse cenário e observando a necessidade geral do mercado de redução de custos, naturalmente foram sendo criados novos processos. Alguns exemplos de nomes comerciais de novos vernizes: Nanocerâmico e Diamond. São vernizes que não endurecem as correntes. Mas em contrapartida, também não criam camadas suficientes para suportar ataques externos, não sendo tão duráveis quanto o cataforético.

Então, voltamos ao início: não existe milagre! O que realmente torna uma peça durável é a quantidade de ouro que aplicamos nela.

O banho de metal precioso protege contra corrosão e oxidação. A durabilidade do banho depende muito da qualidade e quantidade do material que se é usado no processo de galvanoplastia, bem como as condições de uso pelo cliente final. Sobre cuidados, falaremos mais abaixo.

3) E como é o processo do banho?

Após a limpeza inicial, a peça recebe os revestimentos metálicos através de eletrodeposição. Nesse sistema são utilizados eletrólitos de cobre para a obtenção de nivelamento e brilho. Posteriormente é feito o revestimento com camadas de ouro, prata, ródio ou outro metal precioso para garantir a qualidade e aspecto análogos ao de uma joia.

Nessa resposta, fizemos um resumo de como o processo funciona. Tem um post completo aqui no blog explicando com detalhes todas as etapas galvânicas. Vem ler: “O banho perfeito: 12 etapas do processo galvânico idel para suas joias folheadas”

4) E quais tipos de peças podem ser banhadas?

– O objetivo de se criar as joias folheadas (assim como ocorre em todo tratamento galvânico) é poder utilizar metais menos nobres (e mais baratos), aplicando-se acabamentos nobres. Dessa maneira, diversos metais encontraram seu espaço para atender à esse propósito. Alguns desses são:

  • Latão – é o mais usual, fácil de se tratar e mais qualificado para tornar-se uma joia folheada com qualidade;
  • Ligas de zinco – comercialmente chamadas de zamac ou zamak. É aquele mesmo metal utilizado nas antigas maçanetas de carros;
  • Ligas de estanho – também conhecidas como ligas de baixa fusão;
  • Aço carbono;
  • Ligas de alumínio;
  • Aço inoxidável.

Para cada metal descrito acima, exige-se uma linha galvânica preparada utilizando know how tecnológico a fim de se realizar o processo com segurança. Poucas empresas galvânicas se encontram preparadas para ir além do tratamento do  latão e de ligas de estanho, que seguem um caminho mais simples como descrevemos nas etapas acima.

5) É possível banhar peças pequenas (que não podem ser amarradas: por exemplo, tubinhos de latão)? Como é esse processo?

– Sim, as peças são colocadas em um suporte com pequenos cestos e mergulhadas em um tanque chamado de “tanque rotativo”. Os cestos ficam rodando continuamente e o metal precioso é então depositado de forma homogênea sobre as peças.

6) É possível banhar metros de fio de latão ou cobre soltos? Depois de banhado, pode-se trabalhar o fio (torcendo ou enrolando) sem que ele quebre?

– Sim, é possível banhar fios soltos. Entretanto, é necessário analisar caso a caso, entendendo o trabalho que o cliente vai realizar e também a têmpera e dureza do fio ideais para cada técnica.

Um exemplo: um cliente enviou o fio 0,40 mm MEIO DURO para banhar. Quando foi utilizar, o fio estava quebrando. Descobriu-se que a  cliente confeccionou uma peça utilizando a técnica do rabinho de porco: quando abria-se a argolinha e depois fechava-se a fim de montar a peça, o fio se rompia.
Solução: nesse caso a cliente deveria ter optado pelo fio 0,40 mm MOLE.

Por isso é necessário explicar à Galvânica o que será feito com o fio que é enviado solto para o banho.

7) Quais são as diferenças entre pré-cor, flash e banho com camadas de ouro?

– Flash e pré-cor são a mesma coisa: nesses processos são aplicadas menos camadas de ouro sobre as peças. Normalmente é usado uma camada de meio milésimo + cor. Fala-se “Banho com camadas de ouro” quando são aplicadas mais de uma camada desse metal precioso.

8) O que significam as expressões: camada / milésimo / milesimagem?

1 milésimo e 1 camada são a mesma coisa!
1 milésimo é =  1 grama de ouro dividida por 1000 partes, ou seja: 1 dividido por 1000 que é igual a 0,001 = 1 milésimo.

9) Há uma quantidade mínima de mercadoria para mandar para o banho?

– O mínimo estabelecido pela Ofir Galvanoplastia é de 1.000 g (1 quilo). Entretanto, se o cliente precisar banhar uma quantidade menor, o Douglas indica outros parceiros.

10) Quem faz a amarração das peças para o processo de banho: o cliente ou o próprio banho?

– Os dois! Se o cliente tiver urgência, pode trazer já amarrado, pois isso agiliza o processo. Caso prefira, a Ofir tem equipe própria e especializada que faz a amarração.

11) Qual fio utilizar para fazer a amarração das peças para o banho: cobre ou latão?

– O ideal é o fio de cobre 0,40 mm! Se o cliente insistir em utilizar o fio de latão (a equipe da Ofir Galvanoplastia não recomenda), a opção menos pior é o fio de latão com espessura de 0,30 com, na têmpera MOLE.

12) Sobre milésimos de ouro no banho, o que é comum e o que é recomendado para que a peça dure mais após a venda para a cliente final?

– Depende muito: é necessário analisar o estilo das clientes, o ponto da loja, o valor agregado das peças, enfim… uma infinidade de elementos. Mas para fins de conhecimento, o mais utilizado pelo mercado:
• de 3 a 5 mm para brincos;
• de 7 a 10 mm para anéis, pulseiras, gargantilhas e pingentes.

13) Após o banho, surgiram “bolhinhas” de ar nas peças: porquê a peça ficou assim?

– Provavelmente a limpeza das peças no bruto foi feita de forma incorreta e/ou insuficiente. O processo galvânico é minucioso e bolinhas podem ser resultado de má limpeza do produto entre as diversas etapas do banho. A limpeza executada de forma correta evita que se formem bolhas de oxigênio na peça (resultantes de reações químicas).

14) No caso de fios, é melhor confeccionar a joia folheada e mandar banhar ou posso mandar banhar os fios e depois fazer a peça que desejo?

– Para o banho é melhor enviar a peça pronta (levando em conta a facilidade de preparação das peças para o processo galvânico). O fio é mais trabalhoso para banhar e por isso é cobrado como acessório (mais caro). Além disso, o prazo de entrega da mercadoria é maior.

15) Quais os cuidados que o cliente final precisa tomar para a melhor conservação de sua joia folheada?

Oriente seu cliente a seguir os procedimentos básicos abaixo:

Guia de Cuidados com Joias Folheadas:

– Evite contato com produtos químicos e suor: retire as peças para lavar louça, tomar banho, realizar atividades físicas e tomar banho de mar ou piscina. Se for utilizar cremes ou perfumes, o ideal é aplicá-los, aguardar que sequem e só então vestir suas joias folheadas.

– Para limpeza das peças, utilize água e sabão neutro, secando com papéis macios em seguida (pode ser papel toalha ou papel higiênico). É possível também utilizar tecido de algodão limpo, macio e seco, higienizando gentilmente para não riscar as peças.

– Não utilize produtos conhecidos como “Limpa Folheados” ou “Pó mágico”. Eles deixam a peça bonita quando recém aplicados, mas causam problemas de oxidação no longo prazo.

– Guarde suas peças em local seco, longe de agentes químicos ou calor elevado (evite guardar no porta luvas do carro, por exemplo)

– Guarde suas peças separadamente, de preferência em caixas forradas com veludo ou saquinhos individuais de tecido. O atrito com outras peças ou material metálico pode causar danos ao revestimento.

– Metais como Prata são sensíveis à enxofre e exposição excessiva à luz. Utilize embalagens com baixo teor de enxofre e armazene em locais com iluminação controlada.

Esses cuidados evitarão manchas, riscos e a oxidação precoce do material.

Agradecemos sua compra conosco!

Os dizeres acima podem ser copiados e impressos nas tags de seus produtos ou ainda reproduzidos em seu site / mídias sociais, a gente autoriza ♥ Inclusive você pode modificar o texto do Guia de Cuidados com Joias Folheadas como você desejar, utilizando as informações acima como base!

Restam dúvidas? Conheça o processo galvânico explicado do começo ao fim nesse post aqui.
E se precisar, deixe um comentário aqui nesse post ou envie email para: maria@suelirene.com.br